style="width: 100%;" data-filename="retriever">
Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Vitrines exibem promoções e atrativos aos clientes
Para o comércio, o Dia das Mães costuma ser a segunda data comemorativa mais rentável do ano, atrás apenas do Natal. Em 2020, o cenário promete ser diferente. Na semana que antecede a comemoração - que será no próximo domingo, dia 10 - o Diário percorreu o Centro para conversar com lojistas e verificar a circulação de pessoas dentro dos estabelecimentos. A tendência geral é de pouco movimento, vendas abaixo do esperado e esperança de maior comercialização na sexta-feira e no sábado, véspera do Dia das Mães. A pandemia do novo coronavírus, com a consequente perda de confiança e poder de compra dos consumidores, associada as restrições sanitárias ao funcionamento dos estabelecimentos, são apontadas como principais causas desta situação.
O setor de vestuário costumava ter um grande aumento de vendas nesta época, mas não é o observado em 2020 pela gerente Keila Casanova, da Loja Tentação. As vendas caíram 70% em relação aos meses anteriores à pandemia e não há otimismo de aumento na comercialização para o Dia das Mães.
Ocupação dos leitos de UTI para Covid-19 sobe para 15%
- Não engrenou ainda. O pessoal está temeroso, tem muita reclamação que não tem ônibus. Outra reclamação é por não poder experimentar roupa. Alguns respeitam na hora de comprar, mas já teve gente que largou tudo e foi embora, não entendem a situação. Não estou otimista. As vendas já eram para ter engrenado. Essa data é como um segundo Natal para o comércio e não estou vendo esta projeção - explica.
Na Billig Acessórios, a redução de vendas em relação ao período anterior à pandemia passa dos 20%, e as vendas para o Dia das Mães também não animam. No setor de joias e semijoias, a procura por presentes nesta época costuma ser comparável apenas ao Natal, com colares entre os itens mais procurados, de acordo com a proprietária Joice Billig.
O reflexo é o mesmo no setor de calçados. Mesmo com promoções e vendas online, algo recorrente em todo o comércio santa-mariense, as vendas não têm atingido o esperado.
VÍDEO: Prefeitura de São Gabriel disponibiliza 100 cadeiras para quem aguarda auxílio
- A gente já sente uma movimentação diferente desde sábado, e o pessoal já busca o presente para a mãe. Mas são duas medidas, além do Dia das Mães, é um período de começo de mês, que normalmente teria uma comercialização maior - explica Elisângela Rosa, gerente da Eny Feminina.
A pandemia também reflete no perfil do consumidor que, com as medidas de isolamento social, tende a ficar mais em casa. Na Eny Feminina, os produtos mais procurados são pantufas e chinelas de lã.
A venda de itens como produtos de beleza também está abaixo do previsto.
Casos confirmados de coronavírus já atingem 155 municípios gaúchos
- Tivemos queda, isso é bem claro. Na loja física, pelo menos, é visível a redução do movimento. Mas nesta semana tivemos já alguma procura por presentes. É que independente da pandemia, o pessoal deixa mesmo para comprar na última hora - avalia a gerente da Dermapelle, Eduarda Senna.
QUEDA DE 90%
De acordo com a presidente da Câmara de Dirigentes Logistas (CDL), Marli Rigo, a redução de vendas em relação ao Dia das Mães de 2019 pode chegar a 90%.
- Não tem como a gente querer esconder a nossa realidade. Eu estava otimista, achando que nesta semana a gente compensaria as vendas das semanas anteriores. Porém, na segunda e na terça-feira já tivemos dois dias muito abaixo das expectativas - relata.
As vendas do domingo, quando poucas lojas decidiram abrir as portas, segunda e terça-feira foram até mesmo menores do que as registradas nas semanas anteriores, mesmo sob a pandemia, de acordo com Marli. Também há pessimismo por parte da presidente do CDL em relação à projeção de vendas na véspera do Dia das Mães.
Vacinação da gripe segue nesta quarta e sexta em Santa Maria
- A gente pode esperar tudo, mas também não podemos querer acreditar em algo que seja surreal. A situação econômica mudou muito, o consumo e o consumidor mudaram, as estratégias de consumo mudaram, e tudo o que eu disser pode mudar em uma velocidade muito maior. Acho que só podemos acreditar, que poderemos ter ainda uma virada, mas não dá para deixar de ser realista - complementa.
*colaborou Felipe Backes